Como o coronavírus pode afetar as crianças com autismo? Uma pauta constante nos noticiários nos últimos dias é a COVID-19, a doença causada pelo novo coronavírus. E não é para menos: a nova enfermidade já chegou ao estado de pandemia, contaminando pessoas de todo o mundo.
E neste momento, muitas dúvidas podem surgir: o que é o coronavírus? Coronavírus e autismo? Como devemos nos prevenir? Para responder estas questões, reunimos informações de órgãos oficiais e contamos com a ajuda do neurologista Dr. Marcelo Masruha. Continue a leitura e saiba mais!
Coronavírus e COVID-19
Por se tratar de uma doença nova, ainda há muito a ser estudado. Porém, algumas informações já foram divulgadas por órgãos oficiais.
O que é o covid-19?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o termo “coronavírus” diz respeito a uma grande família de vírus, que pode causar doenças em humanos e animais. Em nós humanos, a infecção com esse tipo de vírus pode resultar em doenças respiratórias, indo desde o resfriado normal a condições mais graves.
Como o vírus é transmitido?
Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão do coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato com secreções contaminadas, como:
- Gotículas de saliva;
- Tosse;
- Espirro;
- Catarro;
- Contato pessoal próximo;
- Contato com superfícies ou objetos contaminados, seguido de contato com nariz, olhos e boca.
Quais os sintomas?
Os principais sintomas da COVID-19 são:
- Febre
- Tosse
- Dificuldade para respirar
O novo coronavírus pode causar também infecções no trato respiratório inferior, como pneumonias.
Alguns grupos demográficos estão mais suscetíveis aos agravamentos da doença e possuem taxas de mortalidade maiores, configurando o chamado grupo de risco.
Quem está no grupo de risco?
A OMS declara que ainda estão aprendendo sobre como o COVID-19 afeta pessoas, mas revela que pessoas de idade avançada e/ou com condições médicas pré-existentes parecem sofrer de condições mais graves da doença.
São as condições médicas pré-existentes:
- Pressão alta;
- Problemas cardíacos;
- Problemas respiratórios e pulmonares;
- Câncer;
- Diabetes.
Coronavírus e autismo
Como vimos acima, crianças e pessoas com autismo NÃO estão no grupo de risco.
Mesmo assim, compreendemos que este novo cenário pode gerar a preocupação entre os pais de crianças com TEA, que se questionam coronavírus e autismo.
Como a COVID-19 afeta crianças com TEA?
Como nos lembra o neurologista Dr. Marcelo Masruha, o autismo por si só não causa nenhum tipo de imunodeficiência.
No caso de contágio de crianças autistas pelo coronavírus, o médico complementa: “elas vão ter uma infecção como um resfriado. Muitos, inclusive, serão assintomáticos, mas podem ainda assim transmitir o vírus”.
Como as mudanças de rotina podem afetar as crianças autistas?
Em muitos locais, a população está sendo instruída a permanecer em casa como modo de prevenção contra o coronavírus. Essa alteração de rotina pode causar muito estresse para qualquer um. E para famílias com crianças autistas, somam-se ainda outras preocupações.
“Crianças com autismo gostam e precisam de rotina, é um elemento que as acalma, as organiza. Então a quarentena pode criar uma série de problemas”, diz Masruha. “Elas podem ficar mais irritadas, agressivas, e impacientes. Isso sim é um elemento que pode atrapalhar mais as crianças com autismo em relação às outras”.
Como podemos nos prevenir?
Dr. Marcelo diz que os métodos de prevenção contra o coronavírus são os mesmos para crianças típicas e atípicas, bem como seus familiares.
Entre as medidas divulgadas pelos órgãos de saúde estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos;
- Em caso de ausência de água e sabonete, utilizar desinfetante para as mãos à base de álcool;
- Evitar tocar nos olhos, boca e nariz com as mãos não lavadas;
- Evitar contato próximo com pessoas doentes;
- Ficar em casa quando estiver doente;
- Evitar aglomeração;
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar;
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência;
- Evitar o contato com pessoas do grupo de risco.
Sabemos que no caso de crianças autistas, o ato de lavar as mãos como recomendado pelos órgãos de saúde pode ser encarado como um desafio. Neste vídeo, a psicóloga Michelli Freitas explica mais sobre como ensinar a higienização das mãos para as crianças com TEA.
Existe alguma recomendação específica sobre coronavírus e autismo?
Dr. Marcelo ressalta mais uma vez que no caso de prevenção e sintomas do coronavírus, não há diferença entre crianças típicas e autistas.
Porém, o neurologista nos lembra: “Essas crianças acabam fazendo várias terapias. E uma pergunta que fica é: interromper a terapia ou não? Como está se pedindo um sacrifício por pelo menos duas semanas para reduzir a curva epidemiológica, acredito que neste momento inicial, se for possível, interromper as terapias ao menos por duas semanas é prudente de bom senso. Depois, a tendência é que as terapias sejam retomadas o quanto antes.
Crianças menores de 10 anos não deveriam usar máscaras por longos períodos.
As crianças dessa faixa etária, ao contraírem o vírus da COVID-19, na imensa maioria das vezes não desenvolvem sintomas ou, quando o fazem, trata-se de um quadro muito leve, como um resfriado comum. O potencial de transmissão desse vírus pelas crianças também é muito baixo, como já foi demonstrado por diversos estudos científicos. Na Suécia, por exemplo, as escolas não foram fechadas um único dia e crianças e adolescentes não usam máscaras, sendo que não houve um único óbito abaixo de 15 anos de idade.
Porém, é importante um alerta. Quando se fala em privação de oxigênio, causada pelo uso da máscara por períodos prolongados, esta pode levar a alterações no cérebro, que podem ser, inclusive, permanentes.
A máscara faz com que haja uma redução da quantidade de oxigênio disponível no sangue e aumenta a reinalação de gás carbônico, também afetando os níveis desse gás no sangue.
O nosso cérebro é muito sensível a privação de oxigênio. O cérebro da criança está em desenvolvimento e essa privação pode causar por exemplo, dificuldade de aprendizagem e redução da atenção.
Assista ao vídeo:
A prática de algumas atividades pode amenizar o estresse, trazendo benefícios para as crianças com TEA neste período de isolamento. Confira nosso artigo especial sobre o assunto!
Olá, gostaria de saber caso uma criança autista ou adolescente autista venha contrair o covid-19 ,como fazer para esse autista ficar em isolamento sendo que precisará de cuidados de terceiros?Obrigada.
Os cuidados para o coranavírus é o mesmo para pessoas típicas e autistas. Nos canais de comunicação e site oficial do ministério da saúde, você encontrará todas as informações necessárias para saber como proceder nessa situação. Esperamos isso possa ajudar.
https://coronavirus.saude.gov.br/
Se cuide!