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A cor do TEA e o impacto no autismo feminino

 

A cor do TEA



Ao nos depararmos com o artigo “ A cor do autismo e sua relevância na representação simbólica de mulheres”, percebemos um alinhamento com um tema muito relevante que já tratamos aqui no blog: a invisibilidade do autismo feminino. Por isso, organizamos este conteúdo com os principais tópicos abordados pelas autoras Anne Karolyne Mendes Pereira, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Design, e Virgínia Tiradentes Souto, doutora em Tipografia e Comunicação Gráfica, no artigo sobre a cor do autismo.

 

Estatísticas sobre o autismo feminino e masculino

As estatísticas mostram que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta principalmente pessoas do sexo masculino. Uma pesquisa feita em março de 2020 pelo CDC — Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, mostra que o número de meninos diagnosticados com autismo é cerca de quatro vezes maior que o de meninas .

 

Mas é importante considerar que a maioria das pesquisas e metodologias de identificação do transtorno usam como referência dados de pessoas do sexo masculino. Em contraste com as estatísticas, estudos indicam que o TEA se manifesta de forma diferente conforme o sexo biológico. Por isso, muitas meninas podem ser negligenciadas, sofrer com atrasos na identificação do TEA ou, até mesmo, passar toda a vida sem receber o diagnóstico correto, simplesmente por suas características, ou seja, pelo fato dos sintomas do autismo feminino não se enquadrarem no autismo masculino.

 

 

Por isso, como já abordamos no conteúdo sobre a invisibilidade do autismo feminino, a falta de informações sobre as particularidades e sintomas do transtorno em mulheres podem ocasionar resultados tendenciosos.

 

O azul como a cor do autismo

Segundo Lideli Crepaldi, pesquisadora citada no artigo que estuda a influência das cores, elas “têm a habilidade de despertar sensações e definir ações e comportamentos, além de provocar reações corporais e psicológicas.” Além disso, a cor é o elemento de maior força para a emotividade humana, tem grande poder evocativo e de recordação.

As autoras do artigo informam que, no design da informação, as cores podem ser usadas com quatro fins: rotular, mensurar, decorar e representar. O último item tem a ver com a associação das cores com objetos ou idéias, por semelhança ou convenção, auxiliando na construção de significado e identidade.

Devido ao TEA ser considerado uma deficiência majoritariamente masculina, a cor escolhida para representar o autismo foi o azul, que está simbolicamente e tradicionalmente ligada ao universo masculino. Essa escolha carrega muitas mensagens que contribuem ainda mais na invisibilidade do autismo feminino.

Segundo Anne e Virgínia, “quando uma deficiência é divulgada como de determinado gênero fecha-se a possibilidade de tudo que foge ao que se espera de seu comportamento padrão”. Elas também afirmam que “a simples utilização de uma ou outra cor em determinados símbolos pode afetar de maneira fatal a forma como uma deficiência, doença ou comunidade são vistos pela sociedade”.

Qual deve ser a cor do autismo? Mudanças sugeridas no uso das cores

Alguns grupos de autistas que lutam por inclusão sugerem mudança na cor que representa a doença: propõem que o azul seja substituído pelas cores do arco-íris, visando representar as variações do espectro. Segundo as autoras, “a ideia de utilizar mais de uma cor é lembrar que o autismo não é uma deficiência de maioria masculina, mas que afeta ambos os gêneros e que seus sintomas são variados, tratando-se, assim, de um espectro.”

Na conclusão do texto, Anne e Virgínia ressaltam a importância de uma maior conscientização sobre o autismo feminino e de mais pesquisas e discussões em torno do uso da cor azul para representar o TEA:

“Em um mundo cada vez mais veloz e cheio de informação, a utilização de signos tem se mostrado eficaz para informar de maneira rápida, sem a necessidade de legitimação da verdade. A utilização, portanto, de uma forma adequada e verdadeira para a representação de um espectro ainda tão pouco conhecido pode ser uma alternativa simples e significativa para a comunidade como um todo.”

Para entender melhor sobre o autismo feminino e conhecer seus sintomas, confira as matérias abaixo:

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Leia o artigo na íntegra

Para acessar o conteúdo do artigo “ A cor do autismo e sua relevância na representação simbólica de mulheres ” na íntegra, clique aqui e faça o download do material.

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